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Toda iniciação é uma Morte.

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Morrer não é apenas o cessar da vida física; é, acima de tudo, o abandono de quem fomos para dar espaço a quem podemos ser. É um gesto de coragem, ainda que envolto em medo, porque toda transformação exige que deixemos para trás as velhas máscaras, os antigos sonhos e até mesmo as verdades que nos pareciam tão sólidas.


Ao se entregar ao caminho, é preciso aceitar que não há retorno. Cada passo é um ato de confiança no desconhecido, naquilo que ainda não compreendemos plenamente, mas que sentimos como inevitável. Entregar-se é permitir que o velho em nós se dissolva, permitindo que a essência adormecida desperte.


O renascimento é, então, uma porta para o próximo estágio, um portal que não atravessamos sem marcas. O novo exige que carreguemos conosco as cicatrizes do que vivemos, mas também a sabedoria que elas trazem. Somos convidados a olhar o mundo com olhos de quem acabou de nascer, mas com a alma de quem já trilhou mil caminhos.


Cada renascimento traz uma lição: que a vida não é estática, mas um fluxo incessante de mortes e renascimentos. Que cada fim é um início disfarçado, e que o verdadeiro desafio está em abraçar essa dança infinita com humildade e entrega.


E assim seguimos, morrendo e renascendo, buscando não um destino final, mas a contínua expansão do que somos. Porque, no fundo, o caminho não tem fim, ele é a própria essência da existência.



Júlio Archanjo


Tata Emekibungo

 
 
 

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